quinta-feira, 22 de março de 2012

Amo muito tudo isso (revista e atualizada)

Aproveitando que estou dodói e portanto encostada, resolvi fazer uma lista das coisas que mais amo aqui em Moçambique (fora as pessoas, é claro).

Aí vai!

- Matapa de castanha da Chimita
- Mulheres dirigindo moto vestidas com capulana e lenço
- As machambas
- Crianças brincando peladas na chuva
- O hino nacional
- O sotaque dos moçambicanos
- Os homens usarem sapato rosa, blusa rosa e não ligarem
- As praias desertas
- Os vários modelos de trançar o cabelo
- Algumas pessoas falarem inglês com a gente
- Poder conviver com diversas culturas (indianos, chineses, etc)
- As esteiras e peneiras
- Dançar e cantar com o povo (amo)
- A Ilha de Moçambique
- Os batuques e como se batuca tudo
- As mulheres pintadas com mussiro (foto)
- As tatuagens das mulheres macondes
- Os diversos tipos de lagartixa
- O pão sem bromato
- Como as pessoas conseguem levar quase tudo na cabeça
- As 1001 utilidades da capulana
- A cidade cheia de mangueiras carregadas no final do ano
- As famílias de cabritos no meio da rua
- A língua macua (macua é uma língua que tem seus dialetos – consultoria antropológica de Leonorzinha)
- Aqui você sempre é família: ou é mamá ou é tia ou é mana
- As montanhas de pedra de Nampula
- Uma verdurinha chamada enyewuê
- Viver as épocas da terra: época de amendoim, época de abacaxi e comer as respectivas receitas
- O uniforme com gravatinha da secundária
- Arroz de machamba com matapa de couve da Marta e camarão (Moçambique exporta camarão)

Acho que já tá bom né? Era só pra vocês "sentirem" um pouco dessa terra especial.


segunda-feira, 12 de março de 2012

Sobre a morte e a vida

Morre-se muito por aqui. Diariamente convivemos com pessoas que recentemente perderam parentes e amigos. Hoje recebi a notícia que uma adolescente, irmã do professor do João, morreu na sexta. O cunhado do Henriques, que nos ajuda, morreu hoje. O Ali que encontrei no sábado perdeu há algum tempo uma filha de 4 anos. A pastora que encontrei no banco perdeu um filho de 1 ano e uma neta há dois anos atrás. 
Quando Cesinha chegou do Brasil os trabalhadores do CECORE perguntaram como estava sua família. Ao dizer a idade do meu sogro todos ficaram espantados. “Não é possível alguém viver até 84 anos!”.
A região norte de Moçambique, aonde moramos, é a mais empobrecida do país. Aqui é onde as mazelas doem mais. Malária, cólera, HIV, são rotina. Com exceção do HIV, muitas doenças poderiam ser evitadas com melhoria no saneamento básico. Isso salvaria muitas vidas. Mas o dinheiro não chega, a vontade não ajuda, o pecado embarreira. Enquanto isso, logo ali: botox, vitaminas, dietas contra radicais livres. 
Fico pensando num filme que vi recentemente “In time” em português "O preço do amanhã" aonde poucos tinham muitas horas de vida e muitos apenas um dia. Soa familiar?


quinta-feira, 8 de março de 2012

Como é bom estar de volta!

Oi amigos do bloguiiee!!!

É muito bom estar de volta a Moçambique. Nossa escolinha multiplicou e agora são 43 pepitos! Temos também uma nova professora e um novo ajudante, Esperança e José e funcionamos de manhã e à tarde. Muitos pais nos procuraram para fazermos mais inscrições, mas decidimos manter o número de alunos para atendermos todos bem. Quem sabe quando construirmos as salas do CECORE possamos abrir mais turminhas...
Os trabalhadores já estão fazendo os blocos para a construção das salas, mas precisamos esperar até o final de março para construir, quando haverá a colheita de massaroca (milho verde), pois todo nosso terreno está plantado. Como já disse aqui no blog, os moçambicanos aproveitam todo pedaço de terra para cultivar, o que é muito bom.
Nessa semana começamos a alfabetização de adultos com 5 trabalhadores e 2 mães. A maior parte deles já sabe escrever o nome e ao final de março deveremos ter passado por todas as vogais.
Eliz e Ciney começaram a desenvolver um trabalho na área de higiene com os alunos do PEPE CECORE, com acompanhamento semanal e em breve iniciarão o discipulado por grupos em nossa igreja.

Resumindo, muito trabalho! Das duas famílias só a Eliz e o Cesinha não adoeceram nas últimas semanas. O clima tem variado muito e acreditamos ser o motivo das tosses, corizas, febres e antibióticos sem fim. Peça a Deus que guarde nossa saúde e dos nossos filhos, pois precisamos trabalhar!
 
Saudades de tod@s!